DIAGNERG

segunda-feira, 25 de junho de 2012

ADOTE HÁBITOS INTELIGENTES QUE VISEM Á SEGURANÇA E REDUZEM O CONSUMO DE ENERGIA

Confira algumas dicas primordiais:
·         Não sobrecarregue instalações elétricas. Elas devem ser projetadas de modo que seja possível prevenir perigos, como incêndios e curto-circuitos devido ao superaquecimento dos fios.
·         Não faça gambiarras. Instalações elétricas provisórias ou precárias podem provocar choques elétricos e incêndios.
·         Evite o uso de “benjamins” e “Ts” para evitar sobrecarga. Prefira sempre instalar mais tomadas.
·         Instale o fio-terra e dispositivos DR. Evite choques elétricos.
·         Use circuitos separados para iluminação de tomadas.
·         O quadro de luz deve estar sempre limpo, ventilado e desimpedido, longe de botijões de gás.
·         Não deixe aparelhos elétricos ao alcance das crianças.
·         Quando for trocar uma lâmpada, desligue o disjuntor.
·         Feche a água pelo registro antes de mudar a chave seletora do quente/frio do chuveiro ou da torneira elétrica.
·         Nunca puxe o fio para desligar o aparelho da tomada.
·         Leia atentamente instruções do fabricante ao instalar aparelhos elétricos.
·         Limpe os eletrodomésticos só depois de retira-los da tomada.
·         Verifique se os aparelhos elétricos não estão com fios desencapados.
·         Se as lâmpadas ou aparelhos elétricos de sua residência queimam com frequência, os disjuntores desarmam ou as tomadas e os fios estão ficando quentes, chame um eletricista qualificado.
·         Cuidado com instalações elétricas em lugares úmidos, como lavanderias, garagens e jardins.
·         Quando houver tempestades com descargas atmosféricas (raios) desligue os aparelhos das tomadas e evite atender o telefone.
·         Somente pessoas com conhecimento técnico devem executar trabalhos em instalações elétricas.
·         A manutenção das instalações elétricas é muito importante na economia de energia. Além de valorizar seu imóvel, também aumenta o conforto pela possibilidade do uso de novos equipamentos de forma segura.
·         Revisões periódicas são importantes na manutenção da fiação elétrica e na prevenção das fugas de corrente.
·         Não utilize benjamins e extensões. Elas sobrecarregam a rede elétrica e oferecem riscos de incêndio.
·         Iluminação: abra as janelas e aproveite a luz natural. Pinte as paredes de cores claras, que refletem luz e dispensam o uso de lâmpadas de alta potência.
·         Limpe as luminárias e lustres. O acúmulo de pó reduz o nível de iluminação.
·         Lâmpadas fluorescentes são mais econômicas e iluminam tão bem quanto as incandescentes. As lâmpadas de vapor sódio também têm grande poder de iluminação além de consumirem menos energia se comparadas com a de mercúrio.
·         Iluminação externa: células fotoelétricas são ideais para ambientes externos, pois desligam-se automaticamente de acordo com a luminosidade do dia.
Fonte:Programa Casa Segura.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

PERIGO IMINENTE

O número de instalações elétricas irregulares no Brasil continua sendo alarmante. A falta de conscientização da sociedade sobre a importância do assunto é apontada como a causa principal desse cenário.
Por Luciana Freitas
Consideradas verdadeiras “bombas-relógio”, as instalações elétricas brasileiras são ameaças constantes quando o assunto é segurança. Fios desencapados, emendas e derivações inadequadas, falta de ligação do condutor-terra nas tomadas, entre outras irregularidades, ilustram a realidade da grande maioria das instalações, principalmente nas autoconstruções ou construções unifamiliares, que representam cerca de 70% do mercado.
Neste cenário altamente crítico, o cidadão constrói ou reforma sua casa por conta própria, (contratando um leigo), e nisso inclui-se um arquiteto, decorador ou empreiteiro, que arrebanham eletricista para trabalhar na obra, o que faz com que ela fique sem um devido responsável técnico e amplia em muito o grau de periculosidade envolvendo choques elétricos e incêndios.
Obras referentes às instalações correspondem, em média, de 15% dos custos da obra, e no planejamento físico, as instalações pertencem ao grupo de serviços que determinam o caminho crítico da obra; por tanto, a responsabilidade do instalador é enorme para o sucesso da construção.
José Silvio Valdissera, engenheiro civil e presidente do Sindicato da Indústria da Instalação do Estado de São Paulo (Sindinstalação) explica que quando o proprietário da obra contrata o serviço de instalações analisando todos os aspectos( preço, qualidade, segurança financeira, responsabilidade técnica), o padrão de qualidade da execução das instalações é excelente; porém se o contratante somente visa o preço e despreza as outras variáveis, a tendência é a  deterioração da execução. “Quando o contratante só analisa preço, invariavelmente as boas técnicas são deixadas de lado e os materiais aplicados são de origem duvidosa”, afirma.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada ano,  são inaugurados cerca de 1,7 milhões domicílios; desse total, 35% são apartamentos e 65% casas. Dos apartamentos, 12% são obras governamentais e 23% estão relecionados a construtoras.
Anualmente, há um índice de 40% de reformas, seja em casa ou apartamentos, e a instalação elétrica acaba sendo incluída ainda que não sejam levados em conta todos os aspectos importantes.
No âmbito formal do mercado, isto é, quando há uma construtora sustentando o empreendimento, existe a contratação de um projeto de instalações elétricas feitas por um profissional legalmente habilitado e também a figura da empresa instaladora representada por esse profissional. ”Quando se trata de construções industrializadas, isto é, prédios e condomínios, as construtoras são submetidas obrigatoriamente a uma série de documentações, entre elas o projeto elétrico”, conta Edson Martinho, engenheiro eletricista e diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os perigos da Eletricidade (Abracopel), cuja missão é conscientizar por meio da informação e formação de profissionais, toda a população brasileira para os perigos que a eletricidade, quando mal utilizada, pode causar.
 Neste sentido, nas últimas décadas, houve uma evolução significativa na segurança das instalações, a começar pelo início dos trabalhos mediante a elaboração de um projeto. As obras formais, incluindo o “bom” da construção civil, além de uma série de lançamentos de apartamentos, conjuntos habitacionais e condomínios, são executadas mediante um projeto específico, que, felizmente, na maioria dos casos, é elaborado por um profissional legalmente habilitado.
“Quando analisamos as construções industrializadas, podemos afirmar que nos últimos sete anos, houve o cumprimento de pelo menos cerca de 80% da NBR 5410 - norma que rege as instalações elétricas de baixa tensão. No entanto,  quando traçamos um panorama das principais capitais, em uma amostra de 500 edifícios, constatamos que a situação é caótica e que de fato não há preocupação em readequar as instalações elétricas”, revela Milena Guirão Prado, gerente de marketing no Instituto Brasileiro de Cobre (Procobre) e coordenadora do Programa Casa Segura - projeto de conscientização e orientação sobre os riscos de acidentes causados por instalações elétricas inadequadas e o impacto destas instalações no consumo excessivo de energia, na desvalorização das edificações e na segurança dos imóveis…
Ainda segundo Milena, com relação a edifícios, percebe-se que há uma preocupação maior por parte dos síndicos em investir na segurança das pessoas. Na amostra de 500 edifícios realizada pelo Programa Casa Segura, foi verificado que cerca de 40% dos síndicos, dependendo da cidade, quando descobrem a existência de algum problema na instalação, tomam uma atitude por terem uma responsabilidade civil envolvida.
Ações como estas contribuem para que as chances de o empreendimento resultar em boa qualidade sejam maiores, uma vez que a instalação elétrica atende o mínimo exigido pelas normas e pela legislação vigente.
No entanto, um dos problemas existentes está relacionado à execução das instalações elétricas, etapa que tem apresentado certa variação. Mesmo que o projeto seja elaborado por profissionais habilitados, as execuções nem sempre são. Geralmente, se contrata uma empresa instaladora registrada no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), a qual atesta que o profissional esta legalmente habilitado, não costuma haver problemas, e a probabilidade de a instalação ser segura é grande.
Sem dúvida, essa readequação é de extrema importância para atender a demanda de energia hoje solicitada dentro de uma residência ou apartamento. “Há muito que ser feito no mercado informal. Não adianta fecharmos os olhos para uma situação que é realidade no País. Estamos trabalhando no âmbito formal, mas sabemos que a informalidade é muito maior”, atesta Paulo Barreto, engenheiro eletricista e diretor técnico da Barreto Engenharia Ltda, empresa especializada em consultoria, projetos, treinamento e perícia na área de instalações elétricas.
O problema está no fato de empreendimentos que mesmo executados por construtoras não oferecem a devida segurança, considerando que a construtora pode não contratar uma instaladora. “Às vezes, a construtora possui uma equipe própria de encanadores eletricistas, azulejistas, pedreiros, e submete todos ao mesmo nível. Neste caso, a execução da instalação nem sempre estará sob supervisão de um profissional legalmente habilitado, ficando na mão do dirigente da obra”, explica Barreto.
Quando se trata de aspectos organizacionais, a primeira “anomalia” (termo usual que remete uma série de falhas, defeitos e irregularidades) que ocorre, é a inexistência de projeto, o que tornam grandes os riscos.
“Em outros casos, o projeto pode até existir, mas normalmente é de autoria de leigos, isto é, projetistas de carreira que atuam em escritórios de engenharia, sem formação técnica, que passam a oferecer este tipo de serviço por conta própria”, destaca Barreto.
Outra falha que ocorre na grande maioria das obras é alteração de projeto sem consulta ao projetista, o que também pode incorrer em riscos de instalações, uma vez que o projeto já traçado estabeleceu uma série de critérios e serem seguidos.
“As pessoas que não participaram do projeto não conhecem as premissas, as considerações, os fatores técnicos, a especificação de material, a dimensão de um cabo, a mudança de um trajeto ou de um eletroduto para bandeja ou vice-versa. Isso tem implicações na instalação e precisa ser averiguado”, esclarece o engenheiro.
Mas os entraves não param por aí. No âmbito técnico, os problemas são ainda maiores, pois resultam em prejuízos materiais e humanos, ocasionando mortes por choque elétrico ou por incêndio de origem elétrica. Algumas das principais anomalias encontradas são: inexistência de sistemas de aterramento e do condutor de proteção, ou presença de condutor de proteção inadequado: ausência de coordenação entre condutores e dispositivos de proteção, contribuindo para a ocorrência de sobrecargas e curto-circuitos, sem atuação dos devidos protetores, e componentes com grau de proteção (IP) inadequado.
De acordo com Eduardo Daniel, engenheiro eletricista e superintendente da Cartiel Brasil, de maneira geral, a primeira irregularidade encontrada são problemas de instalação propriamente ditos. “Temos visto alguns problemas de montagem na instalação em conexões, a utilização incorreta de condutores, principalmente em pontos especiais nos quais a NBR 5410 determina o uso de condutores elétricos de baixa tensão, emissão de fumaça e com ausência de halogênio, entre outras falhas”, afirma.
Outra problemática típica é a falta de ligação do condutor-terra nas tomadas que possuem o terceiro orifício, o que máscara o perigo real da instalação. “Se observada por fora, são vistos os três furos, o que aparentemente indica que a tomada oferece segurança; no entanto, quando se desmonta ou se faz o ensaio no produto,constata-se que o condutor de proteção da instalação é que não existia - não conectado a tomada, o que quer dizer que o terceiro furo não tinha utilidade”, manifesta Eduardo Daniel.
Em edifícios, é exigido o uso de condutores com baixa emissão de fumaça, que nem sempre são usados, por exemplo, em ligações internas de luminárias, um ponto exigido pela norma. Lamentavelmente, muitas vezes, o produto é específico, mas não instalado.
Em diagnósticos feitos em instalações pré-existentes, a situação mais preocupante é a ausência de aterramento em praticamente 90% dos edifícios, o que revela que a probabilidade de um choque elétrico é muito grande, ao passo que praticamente 90% das novas instalações possuem o fio terra nas grandes capitais. “Quando nós voltamos ao mercado “formiguinha”, isto é, às casas, sabemos que a aplicação ainda é muito baixa, por isso, a nossa maior preocupação é atingir o consumidor final e o grande influenciador para isso é o eletricista, pois é ele quem o acompanha e pode alertá-lo sobre a instalação”. “Um problema é resolvido (o disjuntor não abre mais), mas começa-se aquecer os condutores, podendo derreter a isolação e gerar curto-circuitos e incêndios”, argumenta.
Mesmo diante da evolução da qualidade dos produtos, ainda são encontrados diversos problemas  críticos que comprometem a segurança, principalmente no que se refere a aterramento e outros itens de segurança contra choques. Em grande parte dos casos, a qualidade da energia chega de forma apropriada ao equipamento; contudo, muitas vezes, a instalação deixa a desejar no que diz respeito à segurança do usuário.
Outro erro que costuma ser cometido é o fato de que muitos indivíduos montam seus próprios quadros de distribuição, com a finalidade de baixar o custo e promover soluções caseiras.
O quadro muitas vezes não tem o espaço adequado para instalação de equipamentos reserva, não há infraestrutura de fixação dos componentes de maneira adequada e diversas vezes não são utilizados barramentos na conexão interna. “Em alguns casos, a própria instaladora compra o cabo, faz  um rabicho de cerca de três metros na instalação e interliga a rede (faz parte fixa da instalação) com a luminária. Assim sendo, sabemos que deve ser usado o cabo com baixa emissão de fumaça, mas muitas vezes o instalador compra um outro cabo e orienta sua instalação em algum ponto”, relata Daniel.
A composição de todos estes fatores é que acarreta a falta de segurança de usuários e instalações. Infelizmente, a cultura do cidadão brasileiro se baseia em não realizar a manutenção da instalação elétrica de forma rotineira, mas toma providências apenas quando surgem problemas. Em outras palavras, a sociedade (no âmbito casas) opta pela manutenção corretiva e não pela preventiva.
“No caso do mercado corporativo, envolvendo local onde há uma dinâmica de cargas maiores e mais frequentes, talvez as instalações elétricas ganhem um pouco mais de atenção, mas mesmo assim, ainda deixam muito a desejar”, lamenta Daniel.
Para sanar estes problemas, a verificação prescrita pelo capítulo 7 da NBR 5410, seria um divisor de águas no setor. Infelizmente, não é feita essa verificação final e muito menos de maneira periódica, o que dificulta muito a garantia da boa qualidade das instalações. “ Ainda nem conseguimos sensibilizar as autoridades sobre a importância desse assunto; elas sabem, mas fingem que nem conhecem. Essa uma ação interessante, a exemplo do que é feito com outros países”, sugere Daniel. E complemente sua opinião ao acrescentar que “o Brasil possui normas adequadas para tudo. Em relação ao que prescrevem as normas, não estamos devendo nada para qualquer norma internacional. O problema maior é o não cumprimento delas e a ausência da verificação final”.
- ELEMENTOS DE SEGURANÇA
Para garantir a segurança, a instalação deve estar equipada com todos os itens necessários, o que por diversas vezes não acontece em construções informais. Por outro lado, praticamente 100% das novas construções já utilizam os principais elementos de segurança, uma vez que conseguem a norma. O problema persiste nas autoconstruções, pois ainda falta uma conscientização e conhecimento por parte dos usuários das instalações, o uso do dispositivo DR, por exemplo, atualmente esta muito mais comum do que antes. “Ainda está longe ainda de ser 100%, mas é muito mais utilizado do que era há cinco anos”, recorda.
Muitos consideram o DR como um “dedo-duro”, por sua função de detectar correntes de fuga geradas por qualquer instalação elétrica mal feita. “O problema esta em se instalar equipamentos antigos, como geladeiras, chuveiros, entre outros, pois isso gera o desarme do DR, que é instantâneo, garantindo a segurança da pessoa que estiver no local”, salienta Martinho.
Grande parcela da população nem se quer conhece o dispositivo e muito menos sua utilidade. ”Acredito que este teria de ser um trabalho desenvolvido pelas próprias indústrias fabricantes desse produto, no sentido de esclarecer as informações ao morador da casa, que ás vezes não sabe olhar para sua caixa de distribuição e identificar todos os materiais que ali estão instalados”, orienta Milena Prado.
O condutor de proteção ganhou mais repercussão por conta dos equipamentos eletrônicos (computadores basicamente), porém,seu uso contínua tímido.
Outro elemento de compulsório é o dispositivo de proteção contra surtos (DPS), o qual também ainda não é aplicado como deveria. A norma exige sua utilização, mas ele não protege o usuário, e sim, os equipamentos contra queimas. “Com a vida, quase ninguém se preocupa, mas com o equipamento, sim”, observa Martinho.
Além disso , hoje são encontradas muitas instalações com condutor de proteção (fio-terra); porém, quando o assunto é sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) ainda são requeridas muitas ações a serem tomadas para garantir seu uso, mesmo existindo uma legislação nacional para isso.
“O SPDA está deixando muito a desejar, justamente porque é um elemento pouco visto na instalação elétrica. O problema é que qualquer instalação funciona bem sem ele, uma vez que só é usado em casos de emergência”, afirma Eduardo Daniel.
Por legislação, é exigida a verificação da inspeção do SPDA a cada cinco anos. Daniel garante que em muitos casos verificados, o equipamento está em condições inadequadas, inclusive em edifícios famosos em São Paulo, até mesmo com certificação LEED. O usuário começa a perceber a necessidade do SPDA quando os problemas surgem nos equipamentos. “Não adiante haver uma legislação se tiver quem verifique, se não vira “canetada”.E este é o nosso temor em relação à certificação das intalações, pois se asssim acontecer, nada será agregado a segurança”, expressa.
Sistemas de aterramento interno também são pouco representativos, mas sua frequência tem aumento por conta do uso de computadores. Milena Prado afirma que uma pesquisa feita pelo programa Casa Segura, no final de 2010, com 300 residências, apontou que em 30 delas é utilizado o fio-terra, quando há a atuação de um empreiteiro na obra. “Este índice ainda é consideravelmente baixo, mas muito melhor do que a 10 anos, que era zero”, profere. Dentro da instalação, os gastos com aterramento representam de 10% a 15% do valor da  instalação elétrica significa 0,5% do custo total da obra.
Paulo Barreto contrapõe e afirma que se levarmos em conta o crescimento da população, as ocorrências diminuiram. “Nas três últimas décadas, houve um aumento da responsabilidade e do senso crítico das instalações elétricas irregulares, e com isso houve uma elevação significativa de projetos e de execução de acordo com as normas”, declara.
- E OS ACIDENTES NÃO PARAM POR AÍ
Os acidentes relacionados à eletricidade são amplamente divulgados ao mercado pelo seu caráter de importância e de alerta, com a finalidade de serem evitados. No Brasil, não existem estatísticas atualizadas e precisas quanto há acidentes com a rede elétrica. Sabe-se que nos Estados Unidos, cerca de cinco mil pessoas chegam anualmente aos prontos socorros vitimadas por choques elétricos,  e aproximadamente mil casos fatais são creditados anualmente a este fator.
A grande maioria dos acidentes se dá pela falta de informação das pessoas que utilizam ou trabalham com a eletricidade, o que faz com que a instalação elétrica seja mal executada, desprovida de dispositivos de proteção.
Quando acontece o acidente, á traçado com fatalidade, o que na verdade não é. “Ainda estou tentando encontrar a menos um caso que seja realmente uma fatalidade, mas até agora, pelo que tenho acompanhado, o motivo dos acidentes está sempre relacionado a algum tipo de erro, exceto quando se trata de descarga atmosférica, em que a pessoa não tem onde se abrigar”, frisa Edson Martinho.
A estatística real dos acidentes com eletricidade esta mascarada e muito além dos números noticiados, pois quando ocorre um acidente relacionado a choque elétrico, o indivíduo dá entrada no pronto-socorro e a causa é atribuída à parada cardiorrespiratória.
Muitas pessoas, vítimas de choque elétrico, vêm a óbito e este é um ponto principal que afeta, principalmente, crianças dentro das casas. “As pessoas se enganam achando que tapando a tomada não terão problemas. Às vezes, acabam até mesmo inutilizando a tomada para evitar o choque elétrico”, expõe Milena Prado.
A adoção do novo padrão de plugues e tomadas é destacado pelos especialistas como uma das ações que colaboraram bastante para a diminuição de acidentes, pois os critérios de segurança que foram embutidos são indiscutíveis.
O curto-circuito, isto é, a sobrecarga na instalação também é um dos perigos iminentes, estando relacionado a incêndios que costumam ser graves na maioria das vezes.
 - O X DA QUESTÃO ESTÁ NA CONSCIENTIZAÇÃO
A precariedade das instalações elétricas tem sua origem na cultura da sociedade, que pouco conhece o assunto e não investem em recursos que garantam sua própria segurança. “O ponto que considero mais alarmante nisso tudo esta ligado à cultura do próprio brasileiro, que não tem o hábito de fazer uma instalação elétrica segura, mas sim, para funcionar. Esse é o primeiro passo que temos de dar, pois mudança de cultura é um processo longo e leva muitos anos”, declara Edson Martinho.
Para ilustrar o que deveria acontecer com as instalações elétricas, o engenheiro cita o exemplo do uso do cinto de segurança. “Há vinte anos, sua obrigatoriedade começou com uma fiscalização; depois, foi feita uma campanha muito forte, e é isso que vai criando uma cultura.Hoje em dia é muito comum as pessoas entrarem no carro e colocarem o cinto de segurança automaticamente. É mais ou menos nessa linha que precisamos atuar, para que tenhamos os resultados mais rapidamente”, argumenta.
Paulo Barreto é ainda mais conciso ao declarar: “Nós, profissionais do meio, temos falado o óbvio para nós mesmos, enquanto o problema está na falta de conscientização social.Os acidentes ocorrem em uma parcela considerável por desleixo e por desconhecimento da sociedade.Se for feita uma campanha de conscientização, esclarecimento e orientação, há uma maior probabilidade de sucesso; caso contrário, o insucesso é que ganha terreno”, enfatiza.
Apesar das mobilizações de diversos agentes do mercado, é preciso promover um trabalho muito mais acentuado no que diz respeito à mídia de massa, ou seja, campanhas em televisões, rádios, jornais, revistas, palestras, cursos etc., a fim de aumentar a consciência de todos, já que a cultura não se muda de um dia para o outro. Ademais, com a sociedade devidamente esclarecida, será possível detectar a má-fé de certos prestadores de serviço.
“Sempre costumo dizer que existem duas formas de se promover a segurança: uma é pela conscientização, isto é, mudar a cultura do ser humano para que ele comece a entender que a instalação elétrica é necessária; a outra é pela legislação aliada á fiscalização, porque se houver uma legislação, mas sem fiscalização, não há cumprimento da lei”, justifica Martinho.
Neste sentido, é travada uma complexa briga jurídica, pois há quem afirme que uma norma técnica não pode ser obrigatória porque não é disponibilizada gratuitamente; por outro lado, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) remete ao cumprimento como sendo obrigatório. Isso revela que o grande problema no Brasil não gira somente em torno da legislação, mas também, de seu cumprimento por falta de fiscalização e de cultura que exija.
Indo mais fundo, para gerar essa mudança de cultura necessária, é preciso ir além de promover trabalhos junto às mídias.
Milena Prado explica que por mais que a população seja conscientizada a saiba da gravidade do problema, se não houver uma lei e benefícios por fazer a reforma, dificilmente este processo funcionará, pois o brasileiro se adéqua quando há fiscalização e multas. “Poderiam ser envolvidos bancos que incentivem a reforma e oferecem crédito para instalação elétrica”, sugere.
Outra alternativa  proposta por ela é a criação de um comitê para ouvir a cadeia e entidades de classe, de modo a realizar a apresentação de um dossiê dos problemas ocorridos para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em Brasília, a fim de fomentar a mudança de cultura. ”Quem sabe assim, as concessionárias de energia tenham permissão por parte da Aneel para entrarem na residência do consumidor a fazerem a verificação, pois até o momento, elas só chegam até o padrão  de entrada da unidade consumidora”, propõe.
Como forma de despertar a atenção e o interesse da população sobre o assunto, o Programa Casa Segura, juntamente com a rede da C&C- Casa e Construção, criou um produto chamado “Assistência Elétrica”, disponível para compra em algumas lojas da rede, por meio do qual o próprio consumidor pode fazer o diagnóstico de sua instalação elétrica.
Ainda para este ano, o Casa Segura está programando um trabalho de parceria com treinamentos ministrados no homecenter da Dicico, que visa justamente alertar os consumidores sobre os riscos da eletricidade e entregar-lhes um guia de bolso para atentarem à qualidade das instalações. O trabalho está em fase inicial, porém deve estar em funcionamento a partir do final de junho, aproximadamente.
Milena Prado conta que outra ação almejada consiste em um trabalho de solicitação a bancos, de modo que verifiquem dentro de seus relatórios de inspeção, a possibilidade de serem listados mais materiais elétricos na instalação. “Quando o banco libera um seguro residencial, ele tem que fazer uma inspeção para verificar a condição da instalação. Estamos tentando convencer algum deles a impor mais itens, porque o relatório atual é muito superficial. Acredito que essa também seja outra forma de incentivar uma movimentação na cultura da sociedade”, relata.
Fonte:
Revista Lumière Eletric

terça-feira, 5 de junho de 2012

DEMILITANDO AS ÁREAS

Este é um assunto importante e frequentemente questionado pelos profissionais da área. A NR10 estabeleceu em um anexo as distâncias de segurança para trabalho, em função da tensão nominal dos circuitos e considerando as partes vivas, sem isolação ou barreira. Essas distâncias são medidas no ar. As distâncias são estabelecidas em função das possibilidades de contato de uma parte do corpo ou ferramenta condutiva, entendida como prolongamento dos membros, com partes energizadas. Ficaram assim estabelecidas as zonas de risco, as zonas controladas e as zonas livres: O distanciamento suficiente, ou o uso de barreiras que separem as partes energizadas, impedindo o acesso acidental ou intencional dá origem às zonas livres. Quando se faz sinalização no piso, nas proximidades de um quadro elétrico, é necessário esclarecer que aqueles limites referem-se a situação em que o quadro está aberto de forma que as suas partes vivas se tornem acessíveis. Uma vez fechado com chave, a acesso controlado, restrito a pessoas autorizadas, a zona livre vai até a barreira, representada pela porta do quadro. Ocorre, no entanto, que a outra delimitação de área, esta não vinculada exclusivamente à tensão nominal e nem à possibilidade de contato com as partes vivas. É a delimitação de área em função dos arcos elétricos e se presta a determinar o afastamento que as pessoas devem manter com relação aos equipamentos em função do arco que pode acontecer indeterminadamente. Essas distâncias, relativas à segurança quanto aos arcos elétricos, não são tabeladas, mas calculadas em função da capacidade de corrente (Icc), do tipo de armário elétrico, da tensão e dos dispositivos de proteção à montante, entre outras variáveis. Na delimitação de área com base nos arcos elétricos, entende-se que aquela faixa só poderá ser ultrapassada se o trabalhador estiver vestido com a roupa de proteção especificada. Em resumo, temos duas delimitações de área junto a equipamentos elétricos. Uma com relação à tensão, preocupada com o contato e o choque; e outra relativa aos possíveis arcos, preocupada com as queimaduras e com os efeitos mecânicos. Fonte: Revista O setor elétrico Ano 7 – Edição 75 Abril de 2012